Eleições 2008: Dr. Jorge x Acir Filló?

A época de eleições se aproxima e também vão se acirrando cada vez mais os ânimos entre os pré-candidatos a prefeito em nossa cidade. Os primeiros colocados nas pesquisas, o atual prefeito Dr. Jorge e Acir dos Santos, o Filló, estão cada um a sua maneira, correndo contra o tempo para colocar suas candidaturas na boca do povo. Dr. Jorge, promove os convênios firmados com o Governo Federal, assegurando que Ferraz terá investimentos nunca antes vistos, Filló, por sua vez, organiza o partido (PDT) e arregimenta aliados, para combater a força da máquina estatal municipal. Ricardo Silva corre por fora, tentando garantir sua candidatura por meio dos apoios conquistados através de seus vários projetos. Dema, Zé Biruta e Paulo Parente divulgam suas candidaturas, mas, possivelmente, apoiarão um dos candidatos mais bem colocados nas pesquisas, numa das eleições mais polarizadas e duras que a cidade já viu.

Às favas com os Bandeirantes

Amigos, sempre quis fazer um comentário sobre aquela estátua que está localizada na convergência das ruas XV de Novembro e Av. Brasil, mas nunca tive oportunidade. Todos sabemos (?) que aquele "monumento" representa um Bandeirante, não vou dizer o que acho dessa categoria de pessoas, apenas citarei o que o site http://www.historiadobrasil.com.br/ diz sobre eles:

" Os Bandeirantes foram os homens valentes, que no princípio da colonização do Brasil, foram usados pelos portugueses com o objetivo de lutar com indígenas rebeldes e escravos fugitivos".

Vejam só pessoas, o único monumento de nossa cidade representa a homenagem a pessoas que perseguiram índios e percorreram o Brasil em busca de escravos. Hora, se nós não somos, assim como eles foram, inúteis pessoas em busca de perseguir irmãos e tendo em vista que uma parte significativa de nossa população decende de negros e índios, lanço agora o movimento pela derrubada imediata daquela estátua e a colocação em seu lugar de um monumento em homenagem a Zumbi dos Palmares, este sim, lutador de uma causa justa: a igualdade entre todos, sem distinção de raça, o que obviamente era uma causa combatida pelos deploráveis bandeirantes.

A gente não quer só festinha!

Neste momento falarei um pouco sobre o recente episódio acerca do furto dos quadros do MASP, encontrados em uma casa de nossa cidade. A melhor frase para resumir o episódio -sem querer debater o aspecto legal- se resumiria no que o divertido José Simão -da coluna do Macaco Simão- chamaria de piada pronta. Numa cidade em que não há sequer um espaço cultural para exposição dos trabalhos dos artistas da cidade, encontrar justamente aqui quadros avaliados em mais de 100 milhões de reais é, no mínimo, interessante. Eu acredito que esse acontecimento não trouxe apenas aspectos negativos (que obviamente já são muito conhecidos pela imagem que a cidade tem de violenta e espaço para o acolhimento de crimes), penso que trouxe uma discussão para a cidade acerca da cultura através de obras de arte que, a maioria dos nossos irmãos ferrazenses jamais tiveram contato. E olha que as observações foram interessantes. Lembro-me do caso de uma senhora que fez o seguinte comentário sobre a obra o Lavrador de Café - quadro de Candido Portinari avaliado em cerca de 10 milhões de reais: "mas, roubar um quadro tão feio, se ao menos fossem umas florzinhas". Vejam senhores, não falo isso para que ninguém morra de rir ou se divirta com a situação, a minha preocupação é que também nossas crianças sejam formadas sem o mínimo conhecimento do que é uma obra de arte, o que ela representa e quanto de nossa cultura está impregnado em cada uma das pinceladas do quadro de Portinari. Sim, meus amigos, urge uma mudança no âmbito cultural em nossa cidade, para além das festinhas que todos os prefeitos se orgulham de fazer, importantes para divertir, mas que não agregam nenhum valor ao desenvolvimento da cultura em nossa cidade.

Fala Ferraz!

Ferraz de Vasconcelos está passando por um momento muito interessante de sua vida política. Fatos nunca antes presenciados estão sendo vistos nestas tradicionais pacatas terras. Entretanto, isso não significa que estamos melhorando. Num momento em que o país cresce vertiginosamente, nossa cidade permanece, ainda, no limbo. Nada de novo na terra da uva Itália - a não ser o esquecimento dela (a uva) e de tudo o que um dia se configurou como cultura ferrazense. Ao longo das quase seis décadas de emancipação político-administrativa, o que vimos foi um crescimento desordenado, sem investimentos, ou mesmo sem vontade política dos nossos governantes para que eles acontecessem. Enquanto agenciais internacionais declaram: ''o Brasil é Investiment Grade", por aqui o que vemos são conglomerados humanos vivendo em condições deploráveis, escolas degradadas (sem a devida valorização ao papel que a educação tem para a construção de qualquer processo de desenvolvimento), uma cidade que em pleno século XXI ainda é caracterizada como dormitório - o que podemos perceber claramente ao olharmos diariamente para as estações de trem existentes nestas terras, superlotadas de trabalhadores (com dignidade hercúlea) que procuram tão somente defender o seu pão diário.

No entanto, não posso dizer que não houve progressos e que minha perspectiva é totalmente negativa a respeito do nosso futuro, nada de pessimismo! Acredito sim que é possível construir uma cidade na qual seus trabalhadores não necessitem diuturnamente gastar mais de duas horas para chegar a locais de trabalho dos mais longinquos porque aqui não há emprego - ou até há, mas não temos uma política de formação (que deveria ser promovida ou reinvindicada por nosso governo muncipal) que prepare os ferrazenses para trabalhos que exigem qualificação maior e que, muitas vezes, são preenchidos por nossos vizinhos mogianos, suzanenses, poaenses e paulistanos, com estudos mais especializados.

Nessa perspectiva, acredito que o momento atual, no qual se aproximam as eleições municipais, é a hora de dizer: basta!.

É necessário vermos quem realmente tem compromisso com a cidade, quem não quer chefiar o executivo por vaidade pessoal, ou mesmo por interesses que, de tão espúrios, nem podemos mencionar (porque saibamos, ainda existe censura no Brasil, principalmente na caudilhesca Ferraz). Hoje conhecemos três grupos políticos principais na cidade que tentarão concorrer ao executivo, são eles: Acir dos Santos, vereador e ex-presidente da Câmara de Ferraz, Jorge AbIssamra, ex-vereador e atual prefeito e Ricardo Silva, Líder Comunitário e candidato a deputado estadual com expressiva votação. Esses três grupos têm características que os aproximam e que os distanciam. Vejamos os prós e os contra de dar nosso apoio a cada um deles, qual a ligação deles com nossa cidade, que interesses teriam em melhorá-la ou não. Analise sua atuação pregressa, sua vida política, sua relação com os cidadãos e, só então, decida sobre que rum0, você - é meu caro leitor, você - quer dar à nossa cidade. Chegou a hora de Falar, ó povo de Ferraz.