Ferraz de Vasconcelos está passando por um momento muito interessante de sua vida política. Fatos nunca antes presenciados estão sendo vistos nestas tradicionais pacatas terras. Entretanto, isso não significa que estamos melhorando. Num momento em que o país cresce vertiginosamente, nossa cidade permanece, ainda, no limbo. Nada de novo na terra da uva Itália - a não ser o esquecimento dela (a uva) e de tudo o que um dia se configurou como cultura ferrazense. Ao longo das quase seis décadas de emancipação político-administrativa, o que vimos foi um crescimento desordenado, sem investimentos, ou mesmo sem vontade política dos nossos governantes para que eles acontecessem. Enquanto agenciais internacionais declaram: ''o Brasil é Investiment Grade", por aqui o que vemos são conglomerados humanos vivendo em condições deploráveis, escolas degradadas (sem a devida valorização ao papel que a educação tem para a construção de qualquer processo de desenvolvimento), uma cidade que em pleno século XXI ainda é caracterizada como dormitório - o que podemos perceber claramente ao olharmos diariamente para as estações de trem existentes nestas terras, superlotadas de trabalhadores (com dignidade hercúlea) que procuram tão somente defender o seu pão diário.
No entanto, não posso dizer que não houve progressos e que minha perspectiva é totalmente negativa a respeito do nosso futuro, nada de pessimismo! Acredito sim que é possível construir uma cidade na qual seus trabalhadores não necessitem diuturnamente gastar mais de duas horas para chegar a locais de trabalho dos mais longinquos porque aqui não há emprego - ou até há, mas não temos uma política de formação (que deveria ser promovida ou reinvindicada por nosso governo muncipal) que prepare os ferrazenses para trabalhos que exigem qualificação maior e que, muitas vezes, são preenchidos por nossos vizinhos mogianos, suzanenses, poaenses e paulistanos, com estudos mais especializados.
Nessa perspectiva, acredito que o momento atual, no qual se aproximam as eleições municipais, é a hora de dizer: basta!.
É necessário vermos quem realmente tem compromisso com a cidade, quem não quer chefiar o executivo por vaidade pessoal, ou mesmo por interesses que, de tão espúrios, nem podemos mencionar (porque saibamos, ainda existe censura no Brasil, principalmente na caudilhesca Ferraz). Hoje conhecemos três grupos políticos principais na cidade que tentarão concorrer ao executivo, são eles: Acir dos Santos, vereador e ex-presidente da Câmara de Ferraz, Jorge AbIssamra, ex-vereador e atual prefeito e Ricardo Silva, Líder Comunitário e candidato a deputado estadual com expressiva votação. Esses três grupos têm características que os aproximam e que os distanciam. Vejamos os prós e os contra de dar nosso apoio a cada um deles, qual a ligação deles com nossa cidade, que interesses teriam em melhorá-la ou não. Analise sua atuação pregressa, sua vida política, sua relação com os cidadãos e, só então, decida sobre que rum0, você - é meu caro leitor, você - quer dar à nossa cidade. Chegou a hora de Falar, ó povo de Ferraz.
